Quem não quer viver em uma cidade menos poluída, menos barulhenta e com menos trânsito? A bicicleta elétrica que, cada vez mais está ganhando adeptos no Brasil e no mundo, pode ser uma das soluções para que isso vire realidade – segundo a Superintendência da Zona Franca de Manaus, em 2014 foram produzidas só no Polo Industrial de Manaus mais de 6 mil unidades do produto. Por ter uma autonomia de, em média 30 a 40 km, é comum que ciclistas se desloquem de carro até um determinado ponto. É neste momento que é preciso cuidado!
Com um peso médio de 20 quilos, as bicicletas elétricas são muito mais pesadas do que as comuns. Isto se deve ao motor elétrico, à bateria e ao quadro reforçado. Levando em consideração essas características, o Centro de Tecnologia Allianz (AZT), em Munique, na Alemanha, realizou um crash test para demonstrar o perigo de transportar uma magrela elétrica em racks de teto ou naqueles presos na barra do reboque, todos preparados para suportar o peso de uma bike normal. Confira o vídeo aqui.
“Muitos ciclistas usam seus suportes de bicicletas comuns para transportar suas bicicletas elétricas, sem levar em conta a questão do peso. Os recentes testes da Allianz mostram como os equipamentos atingem rapidamente seus limites e podem colocar em perigo outros usuários mesmo em situações cotidianas de direção, como desviar, brecar ou dirigir sobre irregularidades no asfalto”, aponta Melanie Kreutner, engenheira de pesquisa do Centro de Tecnologia Allianz
Em teste realizado pelo AZT, três e-bikes, cada uma pesando 26,8 quilos (incluindo as baterias), foram colocadas em um aparelho projetado para carregar três bicicletas de 15 quilos, ou seja, um total de 45 quilos. Desta forma, a montagem foi sobrecarregada em 35,4 quilos. Assim, durante a simulação de uma manobra de desvio a 50 km/h, o carro ficou amassado e o farol traseiro foi quebrado pela bicicleta elétrica mais próxima da lataria, além disso, o suporte entortou a esfera do engate.
Já durante a avaliação em que o veículo passou sobre lombadas, buracos e terra batida, o fecho que prendia a e-bike mais externa se soltou, deixando as rodas presas ao rack apenas pelas tiras. Depois de cada teste, o trajeto não pôde ser continuado por motivos de segurança, pois o risco de uma bicicleta elétrica ou do suporte inteiro se desprender do carro era muito alto.
“Os testes realizados pelo Centro de Tecnologia Allianz concluíram que os suportes presos na barra de reboque são os mais adequados para transportar e-bikes, pois se estiverem presas em racks de teto, em caso de acidentes há o risco de se desprenderem e serem arremessadas”, ressalta Kreutner. A engenheira de pesquisa do AZT ainda recomenda que “é importante checar quanto cada barra do suporte pode carregar e não apenas a carga máxima do equipamento, porque se a montagem individual for sobrecarregada, se romperá e não conseguirá segurar a bicicleta elétrica no lugar”. O AZT ainda ressalta que é válido fazer paradas frequentes durante o trajeto para certificar de que todos os fechos continuam intactos.
Duas bicicletas, cada uma pesando 24,5 quilos, foram presas a dois racks de teto de estabilidade variável. Um deles, o mais robusto, é projetado para carregar uma bike de no máximo 20 quilos, enquanto o outro suporta uma carga máxima de 15 quilos. Em uma colisão de frente a cerca de 50 km/h, o suporte mais fraco foi incapaz de manter a bicicleta na posição inicial – os fechos se romperam e a ela foi lançada para frente. Já o mais robusto conseguiu manter a bike no lugar, porém, o rack inteiro, incluindo a bicicleta, se desprendeu do teto por conta do peso.