Grande preocupação da indústria brasileira no momento, a manutenção do nível de emprego foi um dos grandes temas debatidos durante o III Fórum de RH da Indústria Automobilística, organizado pelo grupo Automotivo Business, e realizado nesta segunda-feira no Centro de Convenções Millenium, em São Paulo. No setor de autopeças especificamente, o Sindipeças apresentou os problemas do setor e o que a entidade está fazendo para enfrentá-lo.
O destaque da palestra proferida por Adilson Sigarini, diretor estatutário do Sindipeças, onde dirige as negociações coletivas de trabalho para as indústrias de autopeças de todo o Brasil, foi a apresentação do Programa de Proteção do Emprego, uma ideia nascida na Alemanha e usada naquele país em circunstâncias onde há forte redução de demanda. Trata-se de um programa que, para evitar a demissão em massa de trabalhadores, empresas e sindicatos ajustam uma jornada de trabalho reduzida, de modo que a empresa remunera as horas trabalhadas e o governo remunera parcialmente as horas não trabalhadas, na base de 67% para empregados casados com filhos e 60% para os demais. Segundo o executivo, ganham os trabalhadores e suas famílias pela manutenção do emprego, ganham as empresas por manter seus trabalhadores treinados e ganha o governo pela continuidade do consumo e redução dos custos sociais.
A proposta do Sindipeças é implementar esse modelo de proteção ao emprego no Brasil. Estudos nesse sentido já estão avançados no âmbito do governo federal e conta com o apoio das representações patronais e centrais sindicais. Segundo o programa, recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) seriam aplicados na proteção ao emprego, reduzindo a necessidade de gastos com o seguro desemprego.
Pedro Damian, especial para Super TopMotor