Sistema start-stop: aliado do bolso e do meio ambiente

Especialista explica os detalhes do funcionamento e as vantagens e desvantagens da tecnologia inovadora que muda a maneira como utilizamos o automóvel

O start-stop oferece aos motoristas de extensos centros urbanos uma grande vantagem: economia de combustível. A tecnologia é capaz de identificar quando o veículo está parado em um congestionamento ou semáforo e, automaticamente, desligar o motor para poupar gasolina, etanol, reduzindo a emissão de poluentes e tornando o ambiente mais silencioso. O sistema torna a ligá-lo somente no momento em que o motorista solta o pedal do freio ou aciona o da embreagem.

“O start-stop permite uma redução de consumo de até 5% de combustível dependendo da cidade por onde o usuário utiliza o veículo e das condições de trânsito no momento”, explica Hiromori Mori, consultor de Assistência Técnica da NGK do Brasil. “Em lugares com pontos de lentidão, o índice pode ser maior, ao passo que em cidades sem engarrafamentos a economia pode ser quase insignificante”, compara.

Para instalar o start-stop é necessária uma série de modificações no veículo. A montadora deve alterar o sistema de partida, que será acionado com mais frequência. Já a bateria deverá ter uma maior carga (maior densidade de energia) e estar em boas condições para suportar a grande quantidade de partidas. Os sistemas de ignição e injeção, por sua vez, devem facilitar a entrada do motor em funcionamento”, detalha Mori.

Apesar dos nomes serem bem parecidos, existe uma grande diferença entre os dois sistemas. O start stop é um botão localizado no painel do automóvel que permite dar a partida ou desligar o motor. Já o start-stop é um sistema de monitoramento do funcionamento do motor que tem a capacidade de identificar se o veículo encontra-se parado em regimes de marcha lenta. O acionamento pode variar de acordo com o tipo de transmissão: automática ou mecânica.

O custo de componentes como bateria e motor de partida são mais elevados em veículos com o start-stop. Além da parte financeira, em cidades com temperaturas mais elevadas, o sistema de climatização do veículo é desabilitado quando o sistema desliga o motor. É comum que os clientes desabilitem o sistema para manter a climatização do ambiente sem anormalidades.

Além dos cuidados com a bateria, sistema de partida e carga, o mecânico deve observar se o sistema de ignição está trabalhando corretamente. “Caso as velas estejam gastas, com resíduos de carbonização ou óleo do motor, ou ainda contaminação por uso de combustível de má qualidade, elas podem dificultar a partida do motor, ou seja: o tempo em que o motor de partida é acionado até ele entrar em funcionamento aumenta. Essa situação eleva o estresse no sistema, o que pode levar a uma redução da vida útil dos componentes”, comenta Mori. “Em relação às condições de queima da vela de ignição, um mecânico pode avaliar o cenário por meio de uma inspeção visual e medição da tensão de centelhamento com equipamento adequado.”

Nas grandes cidades, onde o trânsito é mais intenso, o número de acionamentos do sistema de partida start-stop é muito maior do que o realizado em um veículo convencional. “Nesse caso, temos que garantir que o sistema tenha uma partida rápida e suave. Para esses veículos a manutenção do sistema de ignição, como velas e bobinas, deve ser mais criteriosa para evitar partidas mais longas”, aconselha Mori.

A recomendação da inspeção do funcionamento do sistema de ignição é anual ou a cada 10 mil quilômetros. A troca deve seguir o plano de manutenção preconizado pela montadora. A grande vantagem de fazer a inspeção das condições das velas de ignição é identificar o uso de combustível de má qualidade.

“Podemos identificar possíveis problemas mecânicos, como infiltração de água na câmara de combustão, queima de óleo e até mesmo estanqueidade dos bicos injetores de combustível. Todo esse diagnóstico pode ser realizado examinando as velas de ignição”, finaliza o especialista da NGK do Brasil.

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