Teatro: última semana de “Agora eu Vou Ficar Bonita” em SP

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“Agora Eu Vou Ficar Bonita” é um espetáculo cênico musical sobre a arte de envelhecer contado através de poesias e músicas que falam das alegrias, dores, esperanças, incertezas e medos que todos sentem ao tomar consciência do processo de envelhecimento, independente da idade. Com músicas de grandes nomes das raízes do nosso samba, o roteiro do espetáculo é de Drauzio Varella e Regina Braga , a direção geral de Isabel Teixeira, a direção de arte de Simone Mina e a direção musical de Bia Paes Lemes. Além de assinar o roteiro junto com Drauzio, Regina atua ao lado de Celso Sim.  O espetáculo fica em cartaz até dia 08 de novembro.
Sucesso de crítica, o projeto coloca no palco a atriz Regina Braga e o cantor Celso Sim e músicos. Para Regina esse espetáculo é um projeto pessoal e antigo.  “A ideia de juntar sambas, poemas e textos me persegue faz tempo.”, declara Regina Braga. O repertório musical terá sambas clássicos como “Degraus da Vida” de Nelson Cavaquinho; “Anjo Moreno” de Candeia e “ Que sejam bem vindos”, de Cartola.
A montagem está estruturada num formato que intercala canções e quadros cênicos, utilizando-se de uma dramaturgia construída a partir de recursos do gênero teatral épico, que possibilita efeitos cênicos importantes para o espetáculo, a exemplo do “trânsito poético” entre a execução musical e a interpretação teatral.
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A inspiração para o espetáculo veio de um presente que o médico Drauzio Varella ganhou de um amigo, o livro “The Art Of Growing Older” do professor de literatura da Universidade de Chicago, Wayne Booth. O escritor coletou reflexões de diversos pensadores sobre o impacto que o envelhecer provoca no espírito humano. A partir daí, Drauzio e Regina resolveram encarar o desafio da criação de um roteiro que através de canções e textos retratasse as perdas e os ganhos trazidos pelo envelhecer, contradições que nos acompanham pela vida inteira. Sobre o roteiro Drauzio destaca o processo de envelhecer sem levar em conta as idades nem os preconceitos que cercam o tema. “Nós selecionamos poesias, textos e músicas que se referem aos diversos aspectos desse tema: frustração, lamentações, comemorações, alegria, experiência e sabedoria. Procuramos a voz dos poetas, dos escritores e dos músicos para criar uma imagem caleidoscópica da arte de viver.”, afirma ele.
Já Regina acredita que falar sobre o envelhecer não é falar sobre o envelhecimento. “O envelhecer começa na hora em que a gente nasce. O Drauzio disse que não, que começa antes, na concepção, porque a gestação já é um envelhecimento. Aí eu acho que foi uma coincidência enorme. Então o Celso e eu começamos a colecionar sambas que falassem desse tema: do tempo, da passagem do tempo, de como a gente percebe a passagem do tempo na nossa vida. Então eu acho que foi a qualidade desse material que me inspirou.”, afirma ela.
O nome do talentoso Celso Sim – cantor, compositor, cineasta e diretor – surgiu nesse processo de roteirização. Para ele fazer parte desse projeto é uma experiência única. “Trabalhar com Regina Braga é ser parceiro de um mestre que é amigo; é festejar o trabalho e trabalhar a festa; é correr o maior risco de todos, que é se apaixonar!”, declara ele.
Isabel Teixeira foi convidada para assumir a direção cênica, Simone Mina para a direção de arte e Bia Paes Leme para a direção musical. Para Isabel a peça pode ser considerada um espetáculo que dá continuidade à pesquisa iniciada por Regina Braga em Totatiando, realizado a partir de canções de Luiz Tatit com Zélia Duncan como intérprete. “Em Agora eu Vou Ficar Bonita esse processo de entrelaçar canções e poemas dá continuidade à linguagem iniciada por Regina. Criar uma dramaturgia para esse espetáculo-canção através da costura entre poemas e sambas foi o maior desafio. Porém, a pertinência do caminho apresentado por Drauzio Varela no roteiro fez com que o desenvolvimento cênico se apresentasse de imediato. Vale ressaltar que esta é a primeira vez que Regina Braga e Celso Sim dividem a cena. Porém, o alto nível da troca entre os dois faz com que tenhamos a sensação de que trabalham juntos há muitos anos.”, afirma ela.
Isabel Teixeira – Direção
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Atriz formada pela EAD, Escola de Arte Dramática. Cursou a Faculdade de Letras (FFLCH/USP), onde foi orientanda em iniciação científica do Prof. Dr. Davi Arrigucci Jr. Trabalhou com diretores como Enrique Diaz, Cibele Forjaz, Iacov Hillel, Roberto Lage, Cristiane Paoli-Quito, Felipe Hirsch, entre outros. Foi integrante-fundadora da Cia. Livre de Teatro, junto à qual realizou trabalhos como atriz em Toda Nudez será Castigada e Um Bonde Chamado Desejo – indicada ao prêmio Shell de melhor atriz 2002. Na mesma companhia, em 2005, coordenou o projeto Arena Conta Arena 50 Anos ganhador dos prêmios Shell e APCA. Em 2006, sai da Cia. Livre de Teatro e passa produzir seus próprios trabalhos, em parceria com o produtor Henrique Mariano. Em 2007 participou da peça Gaivota, tema para um conto curto, sob a direção de Enrique Diaz. Este espetáculo foi apresentado em cidades do Brasil e do mundo (França, Espanha, Portugal, Colômbia, Japão, Canadá, Bélgica, Holanda) entre 2007 e 2011. Em 2008 idealizou e atuou no espetáculo Rainha[(s)], duas atrizes em busca de um coração, ao lado de Georgette Fadel e sob a direção de Cibele Forjaz (por sua atuação ganhou o prêmio Shell de melhor atriz). O espetáculo excursionou por várias cidades do Brasil. Em 2011 participou do Festival Schiller, em Mannheim, Alemanha e em 2012 participou do Festival Santiago a Mil, em Santiago, Chile. Em 2011 apresentou a performance H.Tel&Soul no projeto X-Moradias, em Mannheim, Alemanha. Ainda em 2011, foi assistente de direção de Regina Braga no espetáculo Totatiando, onde Zélia Duncan interpretava canções de Luiz Tatit. No começo de 2012 atuou na peça Ensaio.Hamlet, direção de Enrique Diaz, temporada paulistana. No mesmo ano participa como atriz do espetáculo, O Livro de Ítens do Paciente Estevão, adaptação do romance de Sam Lipsyte, dirigido por Felipe Hirsch. Em janeiro de 2013 dirigiu o show Tudo Esclarecido, no qual a cantora Zélia Duncan canta músicas de Itamar Assumpção. Atualmente dirige a Turma 63 da Escola de Arte dramática na peça inédita no Brasil Eleutheria, de Samuel Beckett. No segundo semestre de 2014 estreou na Bienal do Livro de Frankfurt o espetáculo PUZZLE, sob a direção de Felipe Hirsch. Este mesmo espetáculo cumpriu temporada no SESC Pinheiros de São Paulo entre novembro e dezembro de 2014. Participou do projeto UTOPIA.DOC, uma video intalação de Christiane Jatahy, realizada em Paris, Frankfurt e São Paulo. Atualmente atua no espetáculo E Se Elas Fossem Para Moscou?, sob a direção de Christiane Jatahy. A peça estreou em março de 2014 no Rio de Janeiro, se apresentou em Belo Horizonte e  cumpriu temporada no SESC Belenzinho em São Paulo. Este espetáculo já viajou para diversos países (Suiça, França, Espanha). Em 2015 esteve em cartaz no Teatro Sérgio Porto no Rio de janeiro entre janeiro e fevereiro. Ainda em 2015 voltaremos a nos apresentar em países como Holanda, França, Portugal. Por essa peça foi indicada como melhor atriz para os prêmios Questão de Crítica, Cesgranrio e APTR.  Entre 2014 e 1015 Isabel dirigiu o espetáculo, Animais na Pista, de Michelle Ferreira, que estreou no Centro Cultural São Paulo, cumprindo uma temporada de sucesso até março do mesmo ano. Ainda em 2015 fez assistência de direção para Felipe Hirsch no espetáculo Puzzle D, com temporada no Sesc Vila Mariana de São Paulo, durante o mês de fevereiro de 2015. Ainda em 2015 Isabel irá dirigir o espetáculo Roda de Samba, com Regina Braga e Celso Sim, roteiro de Dráuzio Varela. Também em 2015 irá dirigir a peça Fim de Jogo, de Samuel Beckett, com Renato Borghi e Elcio Nogueira Seixas no elenco.
Regina Braga – atriz

Photo: Joao Caldas
Photo: Joao Caldas

Atriz formada pela EAD – Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP), pela Universidade Internacional de Teatro de Paris e pelo Instituto de Estudos Teatrais de Sorbonne (França). Formada também em Psicologia com especialização em Psicodrama. Como atriz profissional estreou em 1966, no Núcleo II do Arena, o espetáculo Escola de Mulheres, de Molière com direção de Isaias Almada. Em 1970 atuou no espetáculo A Cantora Careca, de Ionesco e direção de Antônio Abujamra. No mesmo ano encenou A Longa Noite de Cristal, de Oduvaldo Vianna Filho e O Interrogatório, de Peter Weiss, ambas dirigidas por Celso Nunes e pelo conjunto do trabalho recebeu o prêmio de Atriz Revelação da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). Outros destaques da sua carreira foram Equus (1975), de Peter Shaffer, direção de Celso Nunes; Chiquinha Gonzaga, Ô Abre Alas (1983), de Maria Adelaide Amaral e direção de Osmar Rodrigues Cruz (por sua atuação recebeu os prêmios Molière e Governador do Estado de melhor atriz); Rever – Show Musical (1986), direção de Myriam Muniz; Uma Relação Tão Delicada (1989), de Loleh Bellon e direção de William Pereira (prêmio Molière de melhor atriz); Cenas de um Casamento (1996), de Ingmar Bergman e direção de Vivien Buckup; Um Porto para Elizabeth Bishop (2001) de Marta Góes e direção de José Possi Neto (prêmio APCA de melhor atriz) e Por Um Fio, de Dráuzio Varella e direção de Moacir Chaves (2009). Em televisão destaque para as novelas Meu Pé de Laranja Lima (TV Bandeirantes), Deus nos Acuda, Por Amor, Mulheres Apaixonadas e Ti Ti Ti, todas na TV Globo, além da minissérie JK (TV Globo) e da série Alice (HBO). A atriz também deu aulas de teatro na Universidade de Campinas (UNICAMP) e em várias escolas de São Paulo. Em 2011, Regina Braga dirigiu o espetáculo Totatiando, onde Zélia Duncan interpretava canções de Luiz Tatit.
Celso Sim – ator
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Começou a cantar profissionalmente em 1991, com Jorge Mautner, com quem estudou composição, canto e trabalhou durante 10 anos (1990-2000). É ator formado pela diretora e atriz Myriam Muniz, com quem estudou e trabalhou durante 5 anos (1984-1989). Desde 1994, colabora com o Teatro Oficina dirigido por Zé Celso Martinez Correa, como cantor, ator e principalmente compositor. Ganhou o Prêmio Shell de melhor música em 2002, junto com Zé Miguel Wisnik e Tom Zé, pelo trabalho realizado em “Os Sertões: A Terra”. Foi indicado três outras vezes ao mesmo prêmio (1998, 1999, 2003), por trabalhos realizados no Teatro Oficina.
É colaborador da Cia Livre de Teatro, dirigida por Cibele Forjaz, desde a fundação; ator e autor de trilhas musicais de diversos curta-metragens de cinema; atuou nos filmes Carandiru de Hector Babenco e Canção de Baal de Helena Ignez. Como cantor, já se apresentou com Tom Zé, Walter Franco, Jards Macalé, Marília Medalha, Wilson Sukorski, Bocato, Suzana Salles, Jorge Mautner, Wanderleia, Nelson Jacobina, Arthur Nestrovski, Luiz Tatit e Zé Miguel Wisnik, entre outros. Lançou os CDs: Primeiro Passo (Selo Ió, 1998),  Sambamaria (Eldorado, 2000); participa como cantor do cd Pedra Bruta de Jorge Mautner (Rock Company, 1991). Foi coordenador assistente e professor de comunicação no projeto Cidadança de Ivaldo Bertazzo e Inês Bogéa (2007), compôs e cantou para a trilha de Tudo o que gira parece a felicidade, dirigido por Ivaldo Bertazzo e criada por Arthur Nestrovski, participou do lançamento do disco homônimo, Gaia Discos, na Fecap em SP 2007. Em 2010 lançou o selo SP Sem Paredes, para produzir e distribuir música independente, com o CD com Arthur Nestrovski, Pra que Chorar, voz e violão, depois do elogiado CD Celso Sim , vamos logo sem paredes !, em 2008. Em 2012 gravou e lançou o DVD O Fim da Canção, Selo Sesc, com Luiz Tatit, Arthur Nestrovski e Zé Miguel Wisnik. Participou da cerimônia de encerramento da Franfurter BuchMesse, em concerto com Arthur Nestrovski. Com Zé Miguel Wisnik e Elza Soares, realiza desde 2011 o espetáculo: Zé&Celso+Elza, Canções da Antropofagia, com canções em parceria com Oswald de Andrade. Em 2013 concebeu e realizou a obra, Penetrável Genet / Experiência Araçá, com a arquiteta Anna Ferrari, para a X Bienal de Arquitetura de São Paulo. Gravou, também em 2013 novo CD autoral: Tremor Essencial, com lançamento em 2014 e assina a trilha dos longas-metragens: Jogo das Decapitações, de Sérgio Bianchi; Hélio Oiticica, de Cesar Oiticica Filho;
Serviço:
“Agora eu Vou Ficar Bonita” 
De 02 de outubro à 08 de novembro. Sábado, às 19h e domingo, às 18h.
Classificação: Livre.
Preços: de R$9,00 a R$30,00.
Local: Teatro – Sesc Bom Retiro, Alameda Nothmann,185 – Campos Elíseos.
Duração: 90 minutos
Estacionamento próprio: R$4,00 e R$8,00.
Acessibilidade: Entrada com acesso para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
Telefone: (11) 3332-3600
 
 

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