Hoje as coisas são tranquilas. As montadoras podem enviar seus produtos por trens, sem maiores problemas. Mas, nos anos 80 a General Motors enfrentou um obstáculo que se tornou intransponível: os roubos. A fábrica tinha um terminal ferroviário na unidade de São Caetano do Sul, a exemplo da matriz, nos Estados Unidos.
Mas, as primeiras tentativas resultaram em um fracasso tão grande, que o projeto foi abandonado. Acontece que as viagens eram feitas para o Rio de Janeiro e, quando os trens diminuiam a velocidade nos aclives, os “amigos do alheio” subiam nos vagões e levavam tudo quanto podiam.
“Depenavam” os Opalas, Chevettes e tantos quantos outros tivessem sido embarcados. Roubavam faróis, rádios, rodas completas, lanternas. Houve casos em que aconteceu de levarem até mesmo motores.
Nem pela cabotagem
Outra tentativa frustrada foi a de usar o sistema de cabotagem (navegação realizada entre portos ou pontos de um mesmo país, utilizando para isso a vias navegáveis sejam nos rios e oceano), com os veículos sendo embarcados no porto de Santos, com destino ao porto de Recife. Com isso, a fábrica queria economizar, deixando de usar as cegonhas para distribuir seus modelos pelo Norte e Nordeste.
Mas aí o problema foi outro. Quando chegaram ao Recife, enfrentou a ira dos motoristas dos cegonheiros (caminhões adaptados especialmente para transportar veículos) que hoje a gente vê em todas as estradas do País.
Eles se recusaram a embarcar os veículos nos seus caminhões e puseram fim ao projeto cabotagem.
Hoje a situação é diferente, muitos veículos “Zer KM” são transportados por trens, que segundo a setor de transporte rodoviária, custa 28% mais barato que o realizado pelas rodovias. Mas, a nossa pequena malha ferroviária, apenas 31 mil km, impede que esse número seja maior. Nos Estados Unidos, por exemplo, quase tudo, não apenas veículos, é transportado pelos 220 mil km de ferrovia, por trem.
Por mar
Não usamos a cabotagem nos dias atuais, mas tanto exportações como importações são feitas por intermédio dos nossos portos, sendo o de Santos (o maior da América Latina), responsável por 40% de todo o movimento. E são usados navios chamados Ro Ro, uma abreviatura de “Roll on-Roll off”, que chegam a transportar mais de 3.000 veículos.