Tartar&Co (Bristronomia par Erick Jacquin), recebeu muito bem Salton e seus clientes em uma noite fria do inverno paulistano para uma degustação prime.
O sub-chef Harum Kataharian, preparou incríveis pratos que explodiram de sabores com uma seleção de espumante e tintos da renomada vinícola. A seleção contou com raridades numeradas e únicas dessa vinícola brasileiríssima que esta estourando no mundo todo.
Ao longo de mais de 100 anos de história, atualmente administrada pela terceira e quarta geração, a vinícola Salton vem marcando sua própria trajetória com inovações constantes, onde a prioridade é colocar no mercado produtos competitivos e com alta qualidade.
Os vinhos e espumantes finos são o foco principal da vinícola e, por isso, os investimentos na qualificação das uvas, treinamento dos 500 fornecedores, condução dos vinhedos, tecnologia de ponta e mão de obra especializada, tem sido uma constante para Salton. Sua unidade no Rio Grande do Sul foi construída, formando um complexo industrial, comercial e de turismo com mais de 37.000 m2.
Nas caves, 200 mil garrafas de espumantes, elaborados pelo método champenoise, e vinhos finos descansam aguardando o momento certo de serem comercializados, garantindo assim o resultado final de todo seu investimento.
Um exemplo a ser notado é a produção limitada do vinho Salton Septimum, que conforme informado pela Salton, foi elaborado a partir de 7 variedades de uvas, sendo elas: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Tannat, Marselan, Teroldego e Ancelota, 10.000kg delas foram suficientes para 7.547 devidamente numeradas e não mais posta em produção.
Vamos para os detalhes por ordem da degustação; iniciamos com o Espumante Reserva Ouro, que mostrou boas borbulhas, denso, refrescante e frutado cítrico.
Provamos dois rótulos direcionados exclusivamente para venda em restaurantes, sendo da Linha Salton Paradoxo varietais das uvas Cabernet Sauvignon e outro Merlot. Dois vinhos jovens, prontos para beber, comerciais. O Cabernet se mostrou intenso, porém com curto retrogosto, o que é uma das maiores características dos cabernet´s. O Merlot entusiasmou menos, a presença do álcool e do adocicado das uvas jovens marcam presença.
O Septimum foi o próximo a ser degustado e foi sem duvida alguma a estrela da noite. Garrafa francesa e porte maior, já se impõe desde o inicio. Como disse Carina Cooper, sommelier da Salton “este é um vinho único, receita única”. Na boca um vinho com estrutura complexa, passou 12 meses em barricas novas de carvalho francês e posteriormente repousa 1 ano em caves da vinícola. Aromático, cor rubi brilhante, tem um excelente equilíbrio, apesar da miscelânea de uvas. Destaque para o acentuado final de boca.
Salton Talento, foi o vinho escolhido para duas visitas papais no Brasil, além de ser o vinho do governo brasileiro, conforme relata Carina. Resultado do assemblage de uvas Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat, colhidas e selecionadas manualmente o Talento se apresenta muito bem, mas ainda um tanto “comercial” apesar dos 12 meses em barrica de carvalho francês e mais um ano na garrafa na vinícola.
Já o vinho Salton Gerações Paulo Salton, foi elaborado a partir das variedades Cebernet Sauvignon (40%), Merlot (40%) e Cabernet Franc (20%). O corte que compõem o produto amadureceu por um período de 18 meses em barricas de carvalho francês novo e, após seu engarrafamento, permaneceu por mais 12 meses descansando nas caves da vinícola. Seu bouquet é complexo e apresenta aromas tostados, além de frutas. Na primeira taça, percebi o tipo de vinho que degustava, sabia que era um bom vinho, mas também percebi que não estava no seu apogeu. No mínimo precisava de mais tempo respirando, um vinho que depois de pronto ficou 30 meses descansando não pode ser aberto e tomado em 40 minutos. Gostaria de conhecer a complexidade dele com o melhor que ele pudesse dar de sí. Sem duvida que é um excelente produto, uma pena eu não conseguir descrevê-lo com mais propriedade, por ele ainda estar adormecido.
Para finalizar o vinho licoroso de sobremesa acompanhando de um delicioso tiramissú, se trata do Salton Intenso Licoroso, como o próprio nome diz, ele é licoroso, acompanha bem uma sobremesa, ou ele mesmo pode fazer a vez da sobremesa, vale a pena.
Apesar das taças usadas na degustação não serem as melhores os vinhos se saíram todos satisfatoriamente.
O serviço atencioso da casa nos deixou uma boa lembrança da noite fria e um dos maiores patrimônios: a gastronomia de São Paulo, ou melhor: Bistronomia! Ahh, se beber não dirija, tá?
Flávio Verna, nosso enólogo/gourmet de plantão