Inovações presentes nos eixos redesenharam a produtividade do setor agrícola brasileiro
A ZF celebra 35 anos de produção de eixos no Brasil, na planta de Sorocaba, SP. Ao longo desse período a ZF vem assinalando evoluções tecnológicas que impactaram tanto o setor agrícola, como a produção e a própria estrutura da empresa no País. A excelência dos eixos produzidos pela ZF no Brasil trouxe à empresa reconhecimento internacional e a instalação na matriz brasileira do Centro de Competência Global para produção de eixos agrícolas, há dois anos. Com isso, a coordenação sobre o desenvolvimento de eixos para todos os mercados do mundo atendidos pela ZF passou a ser de responsabilidade da unidade brasileira.
Desde 1985, foram cerca de 550 mil eixos inteiramente produzidos na planta de Sorocaba, SP. São eixos dianteiros tracionados para tratores e máquinas agrícolas com potências de 75 a 240 cavalos e eixos dianteiros e traseiros para retroescavadeiras utilizadas no segmento de construção. O maior volume registrado em um único ano ocorreu em 2010, quando a planta finalizou o ano com 30.243 produtos fabricados, atendendo apenas o mercado brasileiro.
Com a demanda crescente do mercado de construção, em 2014 a ZF decidiu nacionalizar suas tradicionais linhas de eixos Multisteer MS-B 3000 e Multitrac MT-B 3000, para atender o setor de construção civil de pequeno e grande porte, mas também os projetos de infraestrutura do Brasil, que exigiram máquinas com alta tecnologia e robustez.
Mundo afora: da ZF para o campo
Atualmente o maior volume de produção de eixos no Brasil pela ZF é do setor de tratores agrícolas, enquanto para o setor de construção, a produção de eixos aumenta em larga escala para aplicação em retroescavadeiras. Essa alta capacidade de absorção está diretamente relacionada às safras recordes no Brasil, diz Paulo Vecchia, Gerente Sênior da Unidade de Negócios de Sistemas Fora de Estrada da ZF América do Sul.
Favorecer a expansão do portfólio dos clientes por meio de suas tecnologias elevou a fabricação de eixos e outros componentes agrícolas da ZF, a partir de 1987, ao estabelecimento da unidade de negócios fora de estrada no Brasil. Atualmente são 26 localidades pelo mundo focadas na Divisão de Tecnologia Industrial, da qual a unidade faz parte. Mundialmente, a Divisão Industrial conta com mais de nove mil colaboradores.
Lançamentos previstos para 2021
Considerando toda a evolução necessária para atingir cada vez maior produtividade no campo, para 2021, a ZF trará mais dois modelos dá sua mais nova linha, os eixos TSA11 e TSA14. Estes eixos trazem diversas vantagens, com destaque para a modularidade de componentes, facilitando a inclusão de opcionais (bloqueio de diferencial hidráulico, sensor de esterçamento, suspensão, etc.) a um produto standard, tornando-o premium.
A ZF prepara também novos fornecimentos a partir do próximo ano junto a um dos mais tradicionais clientes de sua carteira. O design de modelos de eixos da família TSA traz diferenciais técnicos e otimizações estruturais e foi elaborado no Brasil, com a colaboração direta do Centro de Competência instalado no Brasil, de atuação global.
O trabalho da ZF nesta área é resultado de muitos estudos sobre o futuro do setor agrícola, incluindo o crescimento da população e a necessidade de obter a mais alta produtividade a partir de tecnologias cada vez mais inteligentes. As previsões elevam o Brasil à condição de um dos maiores provedores globais de alimentos e commodities agrícolas, assumindo protagonismo nos números de exportação mundial de grãos como soja e milho. Segundo previsões da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a safra de grãos de 2019/20 deve bater recordes históricos. “Cabe a nós analisar os principais sinais e tendências, antever transformações e contribuir com o desenvolvimento e inovação que podem contribuir para a maior produtividade possível nesta área”, diz Paulo Vecchia.
O grande desafio está no futuro e embasado também em previsões de que o Brasil deve atingir a marca de 230 milhões de pessoas nos próximos 12 anos. “Isso trará implicações importantes em termos de consumo de alimentos, tudo isso, sem falar em outros mercados”, salienta Paulo Vecchia.
O início em terras brasileiras: Família APL – Evolução para o campo e liderança para a ZF
Apenas cinco anos após o início das operações da ZF na unidade de Sorocaba, SP, a empresa inaugurou uma segunda ala, dedicada, dentre outros produtos, à fabricação de eixos agrícolas, em 1985. A produção trouxe avanços para a indústria de equipamentos fora de estrada, especialmente para os novos desenvolvimentos e também ao dia a dia das operações nos campos, que conseguiram extrair o máximo em produtividade e rentabilidade a partir de soluções técnicas que foram desenvolvidas pela ZF, tanto para o momento da colheita como para as operações nos canteiros de obras.
As mudanças e evoluções nos eixos vieram pouco a pouco, mas todas foram embasadas nas necessidades do mercado, que se expandiu fortemente no Brasil, especialmente com as culturas de soja e cereais. A tecnologia favoreceu ao setor utilizar menor área e alcançar maiores índices de produtividade. De acordo com dados da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, entre 1975 e 2017, a produção de grãos, que era de 38 milhões de toneladas, cresceu mais de seis vezes, atingindo 236 milhões de toneladas, enquanto a área plantada apenas dobrou.
De acordo com Paulo Vecchia, a partir dos anos 80 os tratores 4×4 ganharam os campos aumentado a versatilidade para utilização de implementos inovadores e maiores, ideais para executar operações mais pesadas, em terrenos que exigem mais dos equipamentos. Daí a importância do eixo tracionado dianteiro, uma oportunidade de negócios que a ZF vislumbrou. As primeiras evoluções foram a partir da família APL, iniciada em 1985, que possibilitaram a produção local de máquinas agrícolas de maior potência, revolucionaram a produtividade dos tratores rurais brasileiros, levando a marca ZF para a liderança no desenvolvimento e produção de eixos agrícolas no Brasil.
Os modelos 335 e 350 tornaram a família de eixos APL 300 a mais vendida na América do Sul e levaram a marca a sucessivos recordes de produção e vendas até o início dos anos 2000. Com ela, a ZF se tornou líder na produção e comercialização de eixos dianteiros de tração para tratores 4 x 4 com cerca de 75% do mercado e fornecimento para todos os principais fabricantes como Agrale, New Holland, John Deere, Valtra e Massey Ferguson, no Brasil e na Argentina.
Expansão industrial a partir da família AS 2000
A partir dos anos 2000 foi a vez do setor agrícola conhecer as inovações da família AS, que dominaram o mercado por mais de uma década. O potencial agronegócio brasileiro no ano de 2002 levou a ZF a alavancar cada vez mais sua atividade nessa área. O aumento de produção acumulado pela divisão de eixos agrícolas havia chegado a 75% de sua capacidade e refletia todo o potencial do agronegócio brasileiro na época.
Em função desse crescimento, em 2004 a ZF anunciou a ampliação e modernização de sua linha de produção, incluindo a aquisição de equipamentos para seu laboratório de qualidade. Com isso, ampliou sua capacidade de produção de eixos tracionados em cerca de 60% e atingiu, a partir de abril de 2004, volume de produção de 2.500 unidades/mês.
As melhorias envolveram a aquisição de novas máquinas, treinamento de colaboradores, mudanças no layout e aprimoramento dos processos produtivos. Nesta linha começou a produção da segunda geração da família, a AS3000 – lançada em 2008. A família trouxe um sistema modular formado por uma carcaça central e duas laterais, inovação presente no modelo AS-3050, que demonstrou a flexibilidade e inteligência presente no desenvolvimento dos equipamentos.
A família de eixos tracionados AS 2000, reuniu como principais atributos a precisão, estabilidade, confiabilidade, maior vão livre do solo e melhor manobrabilidade. Compactos, de design modular e flexível, e com um reduzido número de peças, os eixos dessa família possibilitaram uma ampla faixa de utilização, de acordo com a potência do trator – desde 69 até 300 cavalos, para utilização em grandes áreas de cultivo. Foi a partir da família AS 2000 que se iniciaram as soluções de vedação, preocupação ainda maior com baixo nível de ruído, ampla faixa de relação de redução e pino de articulação com lubrificação permanente.
A ZF também se orgulha em ser o primeiro fabricante de eixo tracionado agrícola de 3 metros para a cultura canavieira. Em 2009, a ZF começou a produzir o Eixo Tracionado AS 3070 de três metros, totalmente reversível para a bitola normal, alinhado com as necessidades das usinas que buscavam maior produtividade. A performance atingida superou todas as expectativas, com os eixos atuando por mais de 8 mil horas sem apresentar quaisquer tipos de falha.
Família TSA – A Geração High Line que trouxe visibilidade para o desenvolvimento brasileiro
Com os avanços introduzidos nas suas famílias de eixos ao longo dos anos, a ZF conquistou quase a totalidade de marcas presentes no mercado agrícola brasileiro, hoje o de maior representatividade no market share de vendas para esse portfólio. Hoje, a ZF está presente nos mais modernos tratores das maiores montadoras em operação no País. São elas Massey Ferguson, Valtra, John Deere, Agrale, Landini, Stara, Agritech, Mahindra, LS Mtron, Yanmar.
Desde o desenvolvimento do primeiro eixo agrícola no Brasil, vários novos atributos desenvolvidos para os eixos foram redesenhando o dia a dia das atividades dos agricultores. Um exemplo disso está na família TSA, uma das mais utilizadas hoje nos tratores brasileiros, que entrou em produção a partir de 2014, com o modelo TSA09. Atualmente temos mais de 40 mil unidades deste modelo em operação no campo”, revela Silvio Furtado, Diretor Executivo de Vendas para Veículos Comerciais e Industriais da ZF América do Sul.
A partir de 2017, a ZF iniciou a produção no Brasil do eixo TSA23, desenvolvido para aplicação em tratores agrícolas com faixa de potência entre 160 e 240 hp. A tecnologia GPS introduzida nesses eixos se tornou grande aliada na conquista de uma operação ainda mais precisa, e o novo eixo permitiu ao trator trabalhar com dois implementos ao mesmo tempo, sendo um deles frontal.
Outras vantagens chamaram a atenção do mercado nesta família de eixos, como o design modular com peças padronizadas, o que passou a oferecer uma grande variedade de opções, alto esforço de tração e manobrabilidade, excelente distância do solo através do design, um comportamento aprimorado da direção graças à geometria otimizada da direção, além de menor consumo de combustível por peso reduzido e longa vida útil.
Atualmente os modelos TSA 20 e TSA 23 são comercializados nas versões rígida e suspensa. Além disso, oferecem de fábrica o kit reversível de extensão de bitola para até 3 metros, atendendo a demanda da cultura de cana-de-açúcar. Esses eixos suportam aplicações em tratores com potências de 160 até 240 cavalos. Já o TSA 09 é destinado a tratores com potência de até 100hp.
O TSA 23 é um dos equipamentos com maior nível de tecnologia, precisão apurada e desenvolvido para alto desempenho às máquinas, com menores custos possíveis de manutenção aos produtores. “Podemos dizer que o Eixo TSA 23 é um dos equipamentos de maior sucesso em nosso portfólio dirigido à área agrícola, pois está trazendo comprovadamente maior produtividade e consequente rentabilidade aos produtores”, esclarece Paulo Vecchia.
Flexibilidade na produção personalizou atendimento aos clientes
A personalização no atendimento às necessidades dos produtores se tornou possível graças à inteligência presente no desenvolvimento dos eixos e na flexibilidade da produção, que se mostra por meio de vários detalhes. “Hoje podemos dizer que personalizar é uma diretriz positiva que agrega benefícios em vários aspectos. Com ela, entregamos várias opções aos nossos clientes. Ou seja, tornou-se possível para cada montadora definir a redução do diferencial específico para cada modelo de trator, escolher se utilizará o sensor de esterçamento ou não, e ainda optar pelo diferencial autoblocante ou com bloqueio hidráulico, por exemplo”, explica Silvio Furtado.
Cada modelo de eixo da linha TSA teve seu sistema de direção projetado de forma a atender as demandas do campo, seja com menores erros de esterçamento ao realizar manobras, evitando desgastes acentuados dos pneus, ou mesmo com maiores ângulos de esterçamento, permitindo raios de manobra minimizados, como no caso do TSA09 que permite giro de até 58 graus.
Maior eficiência impactou toda a cadeia
As alterações que foram sendo introduzidas ao longo dos anos também impactaram a linha de produção dos eixos. As carcaças modulares por exemplo, trouxeram maior eficiência na sua manutenção, com número reduzido de ferramentas. A modularidade e flexibilização impactou toda a cadeia. Ferramentais de fundição menores e mais simplificados foram implementados. A alteração melhorou também a performance na logística, graças à movimentação de peças menores, que facilitaram o manuseio e tornaram o ciclo de produção mais rápido. Com a modularidade, houve mais versatilidade em todas as etapas do trabalho, inclusive com mais agilidade no atendimento aos clientes.
Centro de Competência no Brasil tem relevância global
O Centro de Competência é um capítulo importante nessa trajetória, que ganhou relevância graças à própria evolução tecnológica presente nos eixos produzidos para o mercado agrícola e de construção brasileiro, chamando a atenção da própria matriz da ZF, na Alemanha. Hoje, o centro é responsável por coordenar o desenvolvimento de eixos para todos os mercados do mundo atendidos pela ZF. A proposta de aplicar a alta expertise da engenharia nacional nesta área para oferecer soluções tecnológicas inovadoras aos outros mercados onde a ZF atua está sendo realizada de forma consistente. “Com isso, podemos contribuir para que outros países também consigam aumentar a produtividade na produção de alimentos no campo, tendo a experiência brasileira como modelo”, comenta Paulo Vecchia, responsável pelo Centro de Competência no Brasil. O foco principal dos desenvolvimentos são os grandes mercados da América Latina, Ásia e Europa, onde há forte demanda por esse tipo de solução. Para isso, foram criados centros de engenharia correspondentes em países como China e Índia.
De olho no futuro
O agronegócio brasileiro é um dos mais tecnológicos do mundo, utilizando-se das mais diversas ferramentas digitais e de conectividade para se atingir a excelência em produtividade. A ZF, reconhecida por ser uma fornecedora global de tecnologias para a mobilidade, faz do Centro de Competência de Eixos Agrícolas da empresa no Brasil um dos hubs mundiais tecnológicos para o mercado agrícola. Sempre alinhado com as necessidades do campo e com os grandes fabricantes de máquinas e equipamentos, a ZF contribui para um mundo mais sustentável, conectado, disruptivo e seguro para todos aqueles que atuam no mercado do agronegócio.