ZF prevê mudanças e oportunidades no mercado de ADAS no Brasil

Empresa desenvolve tecnologias ADAS para dotar os veículos com capacidades até então exclusivamente humanas como ver, pensar e agir

A ZF, fornecedora global de Advanced Driver Assist Systems (ADAS) – sistemas inteligentes de assistência ao motorista que, dentre outras funções, identificam objetos no trajeto e ao redor do veículo e avisam o motorista ou assumem o controle do veículo para evitar ou minimizar acidentes, – prevê um incremento substancial do uso dessas tecnologias no Brasil nos próximos cinco anos, da ordem de cinco vezes em relação ao ano de 2020, especialmente com a adoção de câmeras frontais.

De acordo com Plínio Casante, Gerente Sênior de Engenharia, as previsões são da área de inteligência da própria ZF do Brasil, cujos estudos estão baseados nas exigências globais do Regulamento Geral de Segurança (GSR), que especifica os sistemas de segurança com os quais os novos tipos de carros e vans devem vir equipados. Além disso, baseiam-se no Latin NCAP (Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e Caribe) e na regulamentação do Contran, que acompanha tendências dos EUA e Europa, e em incentivos como o ROTA 2030, do Brasil. “Devemos sair de cerca de 5% de veículos equipados em 2020 com a tecnologia AEB (Autonomous Emergency Braking – Frenagem Autônoma de Emergência) para aproximadamente 26% da frota do País até 2025”, afirma.

Para o executivo, também há tendências de maior utilização de câmeras frontais no Brasil, o que pode alterar de forma positiva o panorama de segurança no trânsito no País e potencialmente viabilizar a nacionalização desse tipo de tecnologia, trazendo novas oportunidades para a indústria automotiva brasileira.

De acordo com Casante, no Brasil uma das funcionalidades ADAS mais comuns atualmente é o AEB – Frenagem Autônoma de Emergência,  já encontrada na maioria dos veículos linha premium fabricados no País, como BMW, Mercedes, Audi e versões top de linha das principais montadoras do País, entre outros,  afirma. Sensores de aceleração, câmeras e radares também podem ser encontrados em outros veículos nacionais, sendo o desenvolvimento dessas tecnologias realizado em diversos centros de P&D da ZF pelo mundo. “A ZF fornece ao mercado sistemas de assistência ao motorista como câmeras há mais de 10 anos. Essas são tecnologias que podem ajudar a reverter o cenário de acidentes e fatalidades aqui no Brasil,  que conta com taxas alarmantes, acima da média mundial. De acordo com números da ONU a taxa de fatalidades no Brasil é de 19,7 para cada 100 mil habitantes, enquanto na Alemanha, por exemplo, a relação é de 4,1 – mesmo com rodovias sem limite de velocidade”, complementa o executivo.

A ZF possui acordos e parcerias com empresas de tecnologia como Mobileye, Hella, Nvidia e Microsoft e investe anualmente 273 milhões de euros em pesquisa e desenvolvimento, além de 110 milhões de euros em infraestrutura como equipamentos e plantas ao redor do mundo. A estrutura de produção, desenvolvimento e vendas de ADAS da ZF atua em 24 localidades em onze países, incluindo o Brasil, na cidade de Limeira, SP, onde são produzidos  sistemas como EPS – Colunas de Direção Elétrica, ACU – Unidade de Controle do Airbag e ABS – Antilock Braking System.

Globalmente, os itens de tecnologia ADAS da ZF são fornecidos para os segmentos de veículos leves, pesados, até empilhadeiras automatizadas e veículos de transporte autônomo e eletrificado. “A ZF aplica seu amplo know-how para criar não apenas soluções individuais para as tendências de segurança, mas também para projetar sistemas abrangentes e inteligentes. Como consequência, temos à disposição um portfólio de ADAS completo e eficiente desenvolvido pela ZF, inclusive para o mercado brasileiro”, explica Casante.

Portfólio ADAS da ZF seguem o conceito Ver-Pensar-Agir

Atualmente a ZF fornece para dezenas de montadoras em todo o mundo tecnologias avançadas de sensores ADAS, incluindo câmeras frontais, radar de curto, médio e longo alcance, LiDAR (“ver”), unidades de controle de processamento de imagem e fusão de dados (“pensar”) e também a mecatrônica inteligente no sistema de direção, chassi e freios converte as percepções obtidas em ações (“agir”).

SEE (Ver) 

Graças a sua experiência em sensores, a ZF desenvolveu câmeras altamente modernas, bem como sensores de radar e LiDAR, que reconhecem o ambiente e trabalham juntos para dar ao veículo a imagem mais completa possível de seus arredores.

No portfólio estão mono câmera frontal ativa (com processamento de imagem embarcado); tri-câmera frontal; câmera remota passiva (com processamento de imagem por módulo central IPM); sensores de aceleração satélites; radar de curto, médio e longo range; Radar de Imagem; LiDAR 3D; e câmera de monitoramento do interior do veículo 2D e 3D.

THINK (Pensar) 

As unidades de controle eletrônico da ZF formam o centro de computação de alto desempenho e o centro de comutação no sistema de acionamento automatizado, em outras palavras, o cérebro. Eles são responsáveis por coletar e analisar os sinais capturados e, em seguida, fundi-los em uma imagem tridimensional de 360 °.

As unidades de controle utilizam esses dados para calcular e decidir rapidamente como o veículo pode melhor agir. Módulos de processamento de imagem com fusão de dados de câmeras remotas somados aos radares e/ou LiDAR e o supercomputador automotivo ZF ProAI com inteligência artificial estão inclusos nas soluções deste princípio.

“Os processadores de imagem e fusão, por exemplo, funcionam por meio de algoritmos complexos que reconhecem e classificam objetos, medem a distância e velocidade e tomam decisões como um simples alerta sonoro ou visual até uma frenagem autônoma de emergência, bem como manter o veículo dentro da faixa ou realizar uma manobra evasiva para evitar uma colisão com outro veículo / obstáculo e/ou atropelamento de pedestres / ciclistas por exemplo”, destaca Casante.

ACT (Agir) 

Além de olhos e cérebro, a ZF também fornece os músculos necessários para sistemas de acionamento automatizados. Entre eles estão os freios ABS – Antilock Braking System, ESC – Controle Eletrônico de Estabilidade, IBC – Controle de frenagem integrado e EPS – Coluna de Direção Elétrica.  Esses sistemas respondem em frações de segundo à atual situação do tráfego e executam com precisão a solução calculada pela unidade de controle.

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